As espécies estão divididas em 14 grupos que vão dos peixes a pequenos vermes, passando por esponjas, moluscos e crustáceos. Vinte e cinco áreas-chaves compõem a pesquisa. Austrália e Japão foram os dois primeiros países com o maior número em biodiversidade marinha atingindo um número de quase 33 mil registros. O Brasil ocupa o 13º lugar com cerca de 9 mil registros.
Dados do Censo - Os donos do mar são os crustáceos. Eles representam entre 22% e 35% das espécies marinhas do Brasil, do Alasca, da Antártica, da Califórnia, do Caribe e da Corrente de Humboldt, mas são apenas 10% da biodiversidade do Mar Báltico. - Ainda há muito trabalho pela frente. O percentual de espécies ainda não descritas é estimado entre 39% e 58% na Antártica, 38% na África do Sul, 70% no Japão, 75% no Mediterrâneo e mais de 80% na Austrália. - Mesmo as regiões menos diversas, como o Mar Báltico e o nordeste dos Estados Unidos, ainda têm 4 mil espécies desconhecidas. - O Mar Mediterrâneo é o local onde há mais espécies invasivas. São 600 aquelas que não são típicas daquele ambiente. |
Os números coletados representam a grande diversidade da vida debaixo das águas do planeta, mas a pesquisa ainda está incompleta. Os inventários de Madagascar, Indonésia e do Mar Arábico não foram enviados a tempo para esta publicação. Logo, esses números podem aumentar.
Muitas dúvidas
Apesar desse esforço de dez anos de trabalho o mar continua sendo um misterioso local para o ser humano. “Com esse tipo de resultado vemos um grande número de espécies que habitam debaixo d’água, mas percebemos que nosso conhecimento ainda é muito pequeno. Cerca de 70% da vida marinha está a mais de 3 mil, 4 mil metros de profundidade e ainda não se tem total conhecimento sobre essas regiões”, explica o pesquisador Dr. José Angel Alvarez Perez, da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e membro do Instituto Mar-Eco que também está na pesquisa do Censo da Vida Marinha.
O objetivo central do Censo da Vida Marinha é responder a pergunta: O que vive no oceano? E esse antigo questionamento tem razão de ser. “Precisávamos do censo urgentemente porque um conhecimento pequeno da taxonomia marinha impede que sejam descobertas e descritas novas espécies. E também temos que conhecer melhor aqueles que vivem debaixo d’água para evitar seu declínio”, afirma Mark Costello, um dos autores do censo e professor da universidade neozelandesa de Auckland.
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